Nyusi urges population to denounce youth recruitment in Niassa, speaks out on Cabo Delgado attacks

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Nyusi urges population to denounce youth recruitment in Niassa, speaks out on Cabo Delgado attacks

2:24 CAT | 30 Jul 2018

Photo: O País

At a rally yesterday morning at the Meluluca Administrative Post in Lakgo District, President Nyusi announced that young people from some districts of Niassa province had been enrolled in the ranks of the group that has been sowing terror in the districts of Palma, Mocímboa da Praia and Macomia.

Another group of youths, including women, intercepted on their way to the northern forests of Cabo Delgado, had been recruited under the pretext of being given jobs.

President Nyusi therefore urged the population and traditional leaders to be on the lookout for people visiting communities to recruit young people for work in another province. The head of state says that, after recruitment, the young people were indoctrinated with sharia radicalism and told they would have a better life after being killed.

He asked young people who might know of others who were missing to tell the authorities, and likewise parents who do not know the whereabouts of their own children, so that together with the Defence and Security Forces they could clarify whether they had joined the insurgents or not.

“Because there is a group of young people who are there and are dying there, because the population persecute them as well. We cannot allow people to be recruited here in the Lago district, in Mecula and elsewhere, to fight for what it is they know not. These young people are being deceived by people who do not live here, who come here to recruit people. They are not getting their own children or their own cousins: they come here [to get ours],” the president said.

Nyusi deplored the way commentators on social networks and the media were characterising the attacks in Cabo Delgado.

“We are very sad and regret to see our fellow-citizens, some with good educations, promoting the idea that the population in Palma is revolting because they are poor. Why doesn’t this poor person kill people there in his country? Because some are not Mozambicans, and there in their country there is also poverty. Or is this poverty only in Palma, and why Palma today? Is it because gas been discovered there that today we say that it is poverty? If one is poor why does a poor person to live well has to go and kill another poor person? That man who is killed at night sleeping is not rich, as you are not – he dies and what have you solved? And our fellow citizens come out discussing that it is because of poverty, division of wealth. What is this wealth if it has not even started? They deceive the people and are in the shadow discussing and promoting debates and making money discussing that. And in return, the population of the country is dying because of these smart people. We will not allow it, because they are exaggerating and using the people in order to enrich themselves,” the head of state said, visibly irritated.

The president said that the government was working with multinational companies developing natural gas exploration projects in the Rovuma basin to use the local labour force “and we have already told the population that we require companies who are going to operate here to give jobs to Mozambicans first and works have not started yet and they are already starting to think about money and deceive people, maybe they already have that money, and they think that money is for everybody. Beware! We’ll be vigilant not to be meat to feed the guns. We do not want this. Now we are looking for the one who is organising this war, and when we catch him we’ll say it’s Mr so-and-so who is fomenting this confusion,” he added.

Niassa in development

President Nyusi professed himself satisfied with his visit to Niassa because he saw the province emerging from isolation, using the organisation of the National Festival of Culture as an example to show that the province was as capabable as any in the country. In his understanding, it had organised the event very well,as well as simultaneously hosteing the celebrations of the 50th anniversary of the Second Frelimo Congress in Matchedje and the presidential visit.

He also cited the Cuamba-Lichinga Railway Line as an example, as well as the ongoing road projects that will link Lichinga to Nampula, through Cuamba, another that will link Lichinga to Pemba and Nacala passing through Montepuez and the bridges built along the roads connecting Cuamba to Gurué in Zambézia. The president also mentioned the rehabilitation of 14 kilometres of roads in the city of Lichinga, as well as the five kilometres from the village of Mandimba that would start soon.

Another example cited by the president was the water supply systems. The government is expected to start working on the rehabilitation of the Lichinga water supply system and construction of a dam that will raise coverage from 26 to 60 percent, as well as the sinking of more than 90 water boreholes throughout the province.

The president did however express concern over the high rate of early marriage prevailing in Niassa, and urged adults to stop marrying girls. Nyusi called for the involvement of community leaders in combating this malaise, as well as the early pregnancies that contribute to such high school dropout rates.

Filipe Nyusi also called for the involvement of local authorities in the fight against poaching and illegal logging, even suggesting community leaders might be held responsible for the destruction of forests.

The president ended his speech with a call for increased agricultural production. Nyusi said he was concerned that agricultural productivity levels were so low in Niassa, and called on the population to ask agricultural consultants about techniques and seeds that would allow them to harvest, for example, more than five tons of corn per hectare, against the less than one currently harvested.

By Francisco Mandlate

Nyusi pede população para denunciar recrutamento de jovens em Niassa

Foi num comício popular realizado na manhã de hoje no Posto Administrativo de Meluluca no distrito de Lago, que o Presidente da República, Filipe Nyusi anunciou que foram detidos jovens provenientes de alguns distritos da Província do Niassa nas fileiras do grupo que tem estado a semear terror nos distritos de Palma, Mocímboa da Praia e Macomia. Um outro grupo de jovens, incluindo mulheres foi interceptado quando estava a caminho das matas do norte de Cabo Delgado e que teria sido recrutado sob aliciamento de emprego.

Por isso, Filipe Nyusi pediu à população e aos líderes tradicionais para estarem vigilantes a qualquer movimento de pessoas que se deslocam às comunidades para recrutar jovens para alegado empresa noutra província. O Chefe de Estado diz que depois do recrutamento os jovens são doutrinados com a sharia ou radicalismo garantindo que vão ter vida melhor depois de mortos. E pediu aos jovens que conheçam outros que estejam desaparecidos da comunidade para informar as autoridades, o mesmo pedido foi feito a pais que não conheçam o paradeiro dos seus filhos para juntamente com as Forças de Defesa e Segurança esclarecer se terão se juntado aos malfeitores ou não “porque há esse grupo de jovens que estão ai e estão a morrer lá, porque as populações perseguem também. Não podemos permitir que sejam recrutadas pessoas aqui no distrito de Lago, Mecula e em todo lado para lutar por uma coisa que não sabem o que é. Esses jovens estão a ser enganados por pessoas que não vivem aqui, vem buscar pessoas aqui não estão a ir buscar lá, nem filhos deles, nem primos deles, vem buscar aqui” disse.

Por outro lado, Filipe Nyusi deplora a forma como os comentadores nas redes sociais e nos órgãos de comunicação social abordam a questão dos ataques em Cabo Delgado “nós estamos muito tristes e até lamentamos a ver nossos concidadãos, conscientes, alguns com boa educação promovem debates para desinformar a população a dizer que Palma as população estão a se revoltar porque estão pobres, porque esse pobre não mata pessoas lá no país dele? Porque alguns não são moçambicanos e lá no país deles também tem pobreza. Ou essa pobreza só está em Palma, e porquê hoje Palma? Porque se descobriu gás lá é que hoje vai dizer que é pobreza? Se é pobre porquê um pobre para viver bem tem que ir matar outro pobre? Aquele homem que é morte a noite a dormir não é rico tal como você, ele morre o que você resolveu? E aparecem concidadãos nossos sentados a discutir é por causa de pobreza, divisão de riqueza. Qual é a riqueza se ainda nem sequer saiu, enganam as pessoas e estão na sobra a discutir e a promover debates e a ganhar dinheiro porque foi discutir aquilo e em contrapartida população deste país está a morrer por causa desses espertos, nós não vamos permitir isso porque estão a exagerar, andar a usar o povo para poder se enriquecer” disse o Chefe de Estado visivelmente irritado com a situação.

Entretanto o Presidente da República disse que o Governo está a trabalhar as empresas multinacionais que estão a desenvolver os projectos de exploração de gás natural na bacia de Rovuma para usar a mão-de-obra local “e nós já dissemos a população que exigimos às empresas que vão operar aqui para dar emprego primeiro a moçambicanos e o trabalho ainda não começou e já estão a começar a pensar em dinheiro e enganam as pessoas, se calhar esse dinheiro já estão a receber e pensam que esse dinheiro há para toda a gente. Cuidado vamos ser vigilantes não vão ser carne para alimentar as armas nós não queremos isso. Agora estamos a procura desse que organiza essa guerra, quando apanharmos vamos vos dizer que é fulano que está a trazer essa confusão” acrescentou.

Niassa em Desenvolvimento

Por outro lado Filipe Nyusi disse ter ficado satisfeito com a visita que efectuou a Niassa porque percebeu que a província está a sair do isolamento a que esteve sempre votada. Recorreu ao exemplo da organização do Festival Nacional da Cultura para mostrar que aquela província tem capacidades como qualquer outra do país porque no seu entender conseguiu organizar muito bem o evento numa altura em que ao mesmo tempo recebeu as celebrações dos 50 anos do II Congresso da Frelimo em Matchedje e a Visita do Presidencial.

Mas também recorreu à Linha Férrea Cuamba-Lichinga como outro exemplo, assim como os projectos de estrada que estão em curso que vão ligar Lichinga a Nampula, passando por Cuamba, a outra que vai ligar Lichinga a Pemba e Nacala passando por Montepuez e as pontes construídas ao longo da estradas que ligam Cuamba a Gurué na Zambézia. O Chefe de Estado falou ainda da reabilitação de 14 quilómetros de estradas da cidade de Lichinga, assim como de 5 quilómetros da Vila de Mandimba cujas obras devem arrancar em breve.

Outro exemplo citada pelo Presidente da República é os sistemas de abastecimento de água. O governo deverá iniciar obra de reabilitação do sistema de Lichinga e construção de uma barragem que vai elevar a cobertura de 26% para 60% bem como a construção de mais de 90 furos de água em toda a província.

No entanto mostrou-se preocupado com os altos índices de casamentos prematuros que prevalecem em Niassa e pediu aos adultos para deixarem de casar com meninas. Pediu o envolvimento dos lideres comunitários no combate a este mal bem como a gravidezes precoces que tiram as meninas das escolas contribuído para altos índices de desistência escolar da rapariga.

Filipe Nyusi quer ainda o envolvimentos das autoridades locais no combate à caça furtiva e ao corte ilegal da madeira, ameaçando mesmo os líderes de comunitários de responsabilização em relação à destruição de florestas.

Terminou o seu comício apelando para o aumento da produção. Nyusi disse estar preocupado porque os níveis de produtividade agrícola são muitos baixos em Niassa dai que apelou à população para recorrer aos extensionistas para usar técnicas e sementes que vão lhes permitir colher, por exemplo, mais de cinco toneladas de milho num hectar contra menos de um hectar que actualmente se colhe.

Source: O País